O projeto
Capa da edição brasileira da Quadriculando
Capa da edição original argentina da Historieteca Editorial
Um livro necessário, uma contribuição para a construção da memória coletiva.
Com um traço que reúne o testemunho e o histórico, o poético e o abstrato, como faz a memória de uma criança, a artista María Giuffra publicou na argentina a história em quadrinhos A Menina Comunista e o Menino Guerrilheiro, um belo e terrível livro que compila, além de sua própria, dez histórias de infância sob a ditadura narradas por crianças dos desaparecidos. Foi publicada originalmente pela Historieteca Editorial com o apoio do Fundo Nacional das Artes e chega agora ao Brasil pela editora Quadriculando.
A edição nacional da HQ tem uma edição caprichada, com 152 páginas em preto e branco, formato 29x21 cm, papel offset fosco e capa cartão.
O livro foi construído a partir de entrevistas abertas, sem gravações, que foram materializadas com desenho livre. Giuffra viajou pelo país e tomou notas dos testemunhos, para que as histórias digerissem, entrelaçassem, a busca não foi jornalística, mas crua e emocional.
O pai da artista plástica María Giuffra desapareceu em 1977, quando ela tinha apenas seis meses de idade. Como adulta, como parte do grupo HIJOS, Giuffra só conseguiu descobrir o destino de seu pai graças ao trabalho da Equipe de Antropologia Forense. Ao longo de sua vida e de sua profissão como artista socialmente comprometida, colegas e amigos sempre a encorajaram a contar essa história: a história do desaparecimento de seu pai, de sua fuga com sua mãe e de sua primeira infância no exílio no Brasil, de seu retorno à Argentina aos oito anos de idade, e de seu encontro com a pintura e o desenho como catalisador de uma infância difícil. E, de certa forma, ela o fez: dedicou grande parte de seu trabalho a lidar com o tema da memória, da infância, do exílio e das consequências da ditadura, simplesmente através da vida dos outros.
Maria Giuffra precisava terminar de contar sua própria história, mas também - e tendo feito anteriormente impressão em serigrafia, pintura, documentários, entre outras coisas - experimentar de uma vez por todas sua linguagem favorita: a língua dos quadrinhos. Ela a descobriu em sua infância no Brasil, passando horas em quadrinhos como Mônica e Luluzinha, mesmo antes de aprender a ler, já em sua vida adulta apaixonou-se pelos livros de não-ficção de Joe Sacco e Maus de Art Spiegelman.
"Eu queria fazer isso assim. Sim, para falar de minha história, mas também através do coletivo, porque acredito que minha própria história nasce no coletivo. Parece-me que a maneira de entendê-la e para que outros a entendam é saber que minha história não é algo que aconteceu com uma pessoa, nem mesmo com uma geração, mas que faz parte de um momento histórico que afetou toda a sociedade argentina, mesmo as pessoas que pensam que não as afetou", diz Giuffra.
Seu método de trabalho para este projeto peculiar foi, também, com uma técnica peculiar. Ela decidiu não abordar as histórias de forma jornalística, não em sessões de entrevista, não indo a lugares-chave, nem mesmo fazendo perguntas específicas. Ela fez assim: visitou dez pessoas em diferentes lugares da Argentina que concordaram em dar-lhe seu testemunho, e sem usar câmeras ou gravadores, simplesmente se sentou na frente deles com seu computador no colo e disse: "fale-me de sua infância". Os resultados são ao mesmo tempo muito poéticos e muito difíceis, uma mistura do horror da história e a candura do olhar de uma criança.
Talvez este método, com uma pergunta tão padrão e aberta, permitiu que os entrevistados vagueassem por suas memórias com uma liberdade emocional incomum. O livro, então, sem um fio narrativo necessariamente lógico e linear, e com uma estrutura e estética muito punk, é composto de ideias, sensações, memórias e declarações literais dos entrevistados, revisitadas por desenhos livres, em diferentes técnicas e estilos, pela artista. "Para mim, os quadrinhos são a maior arte de todas. Isso me permitiu mostrar e contar essas histórias de uma maneira mil vezes mais direta do que uma pintura, acho que a história em quadrinhos é mil vezes menos elitista do que uma pintura. Na verdade, acho que é melhor que um livro, melhor que uma pintura, mistura o melhor da imagem e da palavra. Trabalhei da mesma forma com minha série de pinturas "As Crianças do Processo", através de conversas com os sobreviventes, mas agora a história em quadrinhos me permitiu pegar esses testemunhos crus e colocá-los literalmente no trabalho. Realmente me deu muito prazer fazê-lo, embora seja muito doloroso e eu passei muito tempo chorando, de todo o trabalho que fiz, este é o que eu mais gostei", afirma Maria Giuffra.
Nesse momento, a artista roda a Argentina colhendo testemunhos para o segundo volume de A Menina Comunista e o Menino Guerrilheiro.
A Menina Comunista e o Menino Guerrilheiro é mais uma co-publicação entre as editoras Quadriculando e Anita Garibaldi, que já trouxeram aos nossos leitores/as Pintamonos, Morrer pelo Che, a revista Giby, O Viúvo, Jantar com Amigos, Quadrinhos & Educação e Desenhos do Nando.
María Giuffra por Maria Giuffra
Nasci em 1976 em Buenos Aires, Argentina. Quando eu tinha 5 meses de idade, a ditadura militar argentina assassinou meu pai e seu corpo desapareceu. Eles ocuparam nossa casa. Minha mãe e eu nos exilamos em São Paulo, no Brasil, até os meus 8 anos de idade quando retornamos ao nosso país.
Estudei desenho e pintura desde que retornei ao meu país.
Comecei na Escola Nacional de Belas Artes "Prilidiano Pueyrredón", no curso de Desenho. Mais tarde estudei Arquitetura na Universidad de Buenos Aires - UBA e fiz várias oficinas, como a Oficina de Pintura, professor Juan Doffo. Em Buenos Aires, de 2004 a 2007, o Seminário de Crítica de Trabalho, com Luis Felipe Noé. Também em Buenos Aires, em 2004 e 2006, e a Oficina de Desenho com modelo em La Cárcova, professora Marcia Schvartz, 2007, 2008.
Obtive os seguintes subsídios que me apoiaram no desenvolvimento do meu trabalho:
- Bolsa para criação artística, concedida pela Fundação Antorchas, especializada em Pintura, concursos de 2003, para a produção da série "as crianças do processo". http://www.mariagiuffra.com.ar/pintura-ninos-proce...
- Bolsa Nacional de Criação Artística, concedida pelo Fondo Nacional de las Artes, concursos 2003, especializado em Meios Audiovisuais, para a produção do curta-metragem "La Matanza". http://www.mariagiuffra.com.ar/animacion.html
- Bolsa Nacional de Criação Artística, concedida pelo Fondo Nacional de las Artes, concursos de 2018, para LA NIÑA COMUNISTA Y EL NIÑO GUERRILLERO, UNA HISTORIETA SUBVERSIVA.
- Bolsa Nacional de Criação Artística, concedida pelo Fondo Nacional de las Artes, concursos 2021, para LA NIÑA COMUNISTA Y EL NIÑO GUERRILLERO, UNA HISTORIETA SUBVERSIVA, parte 2.
Nosso prefácio é de Ana Pestes! Ela é Socióloga, Cientista política, Pós-doutoranda no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB-USP), Doutoranda em História (UnB), Doutora em Ciência Política (UFMG), Analista Internacional e Pesquisadora da história da participação política das mulheres no Brasil.
Autora do livro infantojuvenil Mirela e o Dia Internacional da Mulher (Lacre/Anita Garibaldi), coautora do livro infantojuvenil Minha Valente Avó (Quase Oito), autora e co-organizadora do livro Teoria das Relações Internacionais: contribuições marxistas (Contraponto/Anita Garibaldi), autora e organizadora do livro 100 Anos da Luta das Mulheres pelo Voto - Argentina, Brasil, Uruguai (Instituto E Se Fosse Você?).
Jotapê Martins trabalha com quadrinhos desde 1979.
Durante este período, prestou serviços para inúmeras empresas -- como funcionário ou terceiro --, entre as quais Editora Abril, Editora Globo, Metal Pesado, Acme, Magnum, Brasiliense, Veneta, Nova Sampa, Skript, Mythos, Pixel, Tortuga, Devir e Panini .
Foi também sócio do estúdio Art & Comics e Arcádia, da Via Lettera Editora e do site Omelete.
Ao longo de sua carreira, foi colunista da Wizard da Editora Globo e da Herói da Conrad Editora, escreveu prefácios e capítulos de vários livros sobre quadrinhos, bem como teve a oportunidade de adaptar importantes HQs para o português, entre as quais, Batman, o cavaleiro das trevas; Heavy metal; Balas perdidas; Kamui; Watchmen; Spirit; O edifício de Will Eisner; Cidade de vidro; Crying Freeman; X- Men ; Um contrato com Deus; As aventuras de Luther Arkwright ; Elektra Assassina; Tongue*Lash; Demolidor; Lex Luthor, a biografia não autorizada; Monstro do Pântano ; X- Men; Conan, Patrulha do Destino ; Bone; Superman; Fábulas; Inescrito; Quarteto Fantástico; Sandman: Noites sem fim; Y: o último homem; Lobo Solitário ; Thor; Dreadstar; Sandman; Réquiem ; Hellblazer (Constantine); Crise nas infinitas Terras; Marvels; Usagi Yojimbo; Sin City; O livro das baladas e sagas de Charles Vess; Terra X; Universo X; Paraíso X, Mai ; Ódio; American Flagg; DC: Nova Fronteira; Sandman: prelúdio; Capitão América; Hellboy; Os dois generais; Next Men; Do Inferno ; Frank Miller’s 300; Miracleman; A Liga Extraordinária: A tempestade; Pantera Negra; e O relógio do Juízo Final .
Desde 2005, dedica a maior parte do tempo ao seu consultório de psiquiatria e psicanálise, mas, vez ou outra, dá um jeito de traduzir gibis.
100% - Marca-páginas
200% - Sobrecapa
300% - Verniz localizado
400% - Fitilho
500% - Cartão com arte da autora
A revisão é feita pelo experiente Diego Moreau, com largo currículo nessa área, já tendo revisado Pintamonos, Giby, Morrer pelo Che, O Viúvo e Jantar com Amigos pela Quadriculando, além de várias outras HQs pela editora Skript. Nosso letreiramento e layout visual é de responsabilidade de Johnny Vargas, também com um histórico invejável nisso (com a Quadriculando fez o layout e as letras de Morrer pelo Che, Giby, O Viúvo, Jantar com Amigos e Desenhos do Nando), ambos são editores na Skript Editorial.
Já a tipografia, todo o trabalho de letreiramento, será feito pela própria Maria Giuffra, já que o texto e os desenhos estão profundamente misturados na obra.
Orçamento
Nosso orçamento inclui:
+ os direitos autorais do personagem 8%
+ gastos com gráfica 44%
+ tradução e letramento 10%
+ Catarse 13%
+ Correios 20%
+ Merchandising 5%
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Nessa opção você adquire A MENINA COMUNISTA E O MENINO GUERRILHEIRO + MORRER PELO CHE.
Nessa opção você adquire A MENINA COMUNISTA E O MENINO GUERRILHEIRO + PINTAMONOS.
Nessa opção você adquire A MENINA COMUNISTA E O MENINO GUERRILHEIRO + AYAR, A LENDA DOS INKAS.
Nessa opção você adquire A MENINA COMUNISTA E O MENINO GUERRILHEIRO + CONDORITO.
Nessa opção você adquire A MENINA COMUNISTA E O MENINO GUERRILHEIRO + A EDIÇÃO DIGITAL DA REVISTA GIBY #1, ENVIADA POR E-MAIL.
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