Nossa Terras Caipora

NOSSA TERRAS CAIPORA

www.youtube.com/watch?v=0PYYUit1Iyg

ENGLISH BELOW

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Quem Sou

Meu nome é Matheus Sborgia, tenho 28 anos e nasci em São Simão no interior do estado de São Paulo. Passei grande parte da minha vida morando fora do Brasil trabalhando como confeiteiro até finalmente decidir voltar para casa e me tornar um agricultor.

Fui embora do Brasil com apenas 17 anos para me aventurar na Austrália, onde aperfeiçoei minhas técnicas culinárias e trabalhei em restaurantes estrelados até viver uma experiência inesquecível no restaurante Noma da Dinamarca. Foi então em 2013, quando passei um curto período no Brasil estagiando na confeitaria do restaurante DOM em São Paulo que me apaixonei pela cultura e identidade gastronômica do nosso país. Meu desejo de não apenas transformar os ingredientes dentro de uma cozinha mas de também estudar todo seu contexto social, cultural e ambiental na qual a comida está relacionada me levou novamente à Europa — Itália, onde eu me formei na Universidade de Ciências Gastronômicas.

Ali me deparei com um mundo gastronômico que mudaria meus planos para sempre. A universidade me aproximou do solo e me ensinou a valorizar as coisas simples da vida e a comida passou a se tornar o centro de tudo. Me dei conta da importância dos agricultores e pequenos produtores para a saúde e fertilidade do solo do nosso planeta. Foi por isso que depois da formatura trabalhei em uma fazenda de carne orgânica na Toscana, Itália. Logo, aprendi toda a complexibilidade da agricultura, as necessidades dos animais e principalmente a relação deles com o capim. Foi onde me preparei para voltar ao Brasil e tomar conta da terra que herdei do meu avô.

Agora poderei respeitar e cuidar desta terra. Produzir uma comida mais saudável e alimentar pessoas. Dependendo das minhas decisões irei também proteger e preservar a biodiversidade local. Poderei contribuir em sequestrar mais CO2 da atmosfera. Terei a chance de envolver e influenciar outros produtores e oferecer aos animais condições melhores. Nós todos poderíamos ter acesso a uma comida melhor — Mas sem você não poderei fazer nada disso.

O Projeto

A fazenda é localizada no coração do cerrado — a savana tropical com a maior biodiversidade do mundo. Este bioma, que representa 22% do território brasileiro, está rapidamente desaparecendo graças às práticas agrícolas insustentáveis. Mais da metade do seu território apresenta sinais de degradação e espécies endêmicas estão cada vez mais em processo de extinção. Nascentes estão secando, plantas morrendo e animais vivem enormes dificuldades de encontrar comida. Estamos transformando nossos prados em deserto por troca de capital. Cada vez mais, áreas são desmatadas tanto para a monocultura de soja transgênica voltadas à alimentação animal em outros países quanto para a pecuária extensiva. O gado acabou compactando o solo, secando nascentes e erodindo milhares de hectares. Contudo, não podemos culpar o animal por ser ele mesmo, mas sim à ganância do homem, por sua crua irresponsabilidade e má gestão.

Meu objetivo é recuperar parte deste bioma que tenho o privilégio de chamar de casa. Os 242 hectares da Fazenda Terras Caipora servirão de exemplo para produtores de pequeno e grande porte. Terras Caipora mostrará que existem formas mais sustentáveis e eficientes de criar animais. Demonstrar que um sistema de permacultura onde plantas, animais e pessoas coexistem é possível. Um sistema que preserve e valorize a biodiversidade, que respeite os ritmos da natureza, amplifique matéria orgânica, sequestre mais carbono da atmosfera e alimente pessoas e solo simultaneamente.

Como o sistema funciona?

A ideia é basicamente melhorar a gestão do mesmo elemento que a princípio causou tanto estrago — O próprio animal.

A vaca, é um ruminante que pelo simples fato de comer capim, é capaz de transformar luz solar em proteína de ótima qualidade. Terras Caipora busca estabelecer a relação ideal entre animal e capim através de um processo conhecido como pastoreio racional Voisin — um manejo agroecológico de pastagens.

Com o uso de cercas elétricas, o projeto visa dividir a fazenda em várias pequenas parcelas onde o gado terá acesso a capim fresco todos os dias e o capim terá o tempo necessário de repouso antes de reencontrar o animal. Cria-se assim um sistema onde o ruminante passa a podar capins e leguminosas perenes para a própria alimentação e retribui com esterco de ótima qualidade para fertilizar o solo de forma natural. O resultado deste método é a melhora da fertilidade do solo, maior tempo para as plantas desenvolverem raízes mais profundas, maior eficiência de retenção de água das chuvas devido a um aumento de matéria orgânica, a prevenção da erosão do solo e logicamente o bem-estar animal.

Plantas, ou no caso capins, produzem sua própria energia através de um processo chamado fotossíntese. Um processo onde a planta fundamentalmente utiliza a luz, água e gás carbônico para sintetizar açúcares simples (glicose) e oxigênio como subproduto. Acontece que grande parte deste carbono pode também ser retido por sistemas radiculares das plantas através de um fenômeno conhecido como sequestro de carbono. Além do mais, associações simbióticas entre fungos e plantas denominadas micorriza, e milhões de microorganismos que vivem debaixo da terra se beneficiam deste processo e contribuem para a fertilidade do solo.

Herbívoros e capins coexistem por pelo menos seis milhões de anos. Forragens perenes, quando cortadas pelo dente do animal usam a energia estocada no sistema radicular para crescer novamente. O ciclo metabólico destas forragens é muito mais rápidos do que o das árvores, o que permite um sequestro de carbono bem mais eficiente, principalmente se o sistema como um todo for integrado com florestas nativas. Na época atual o sequestro de carbono é uma abordagem fundamental a considerar se atuarmos na agricultura.

Tudo começa com pequenos primeiros passos…

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...Mas para que isso aconteça o projeto precisa do seu apoio.

0. Desenvolvimento logístico do projeto junto ao professor Jurandir Melado da Fazenda Ecológica Santa Fé do Moquém.

1. a) Divisão da fazenda em aproximadamente 100 parcelas com o uso de cercas elétricas, painéis solares e baterias.

b) Melhoramento de represas e reservatórios d’água de forma estratégica para abastecer a fazenda e bebedouros através da força de gravidade.

2. Criar um serviço de arrendamento ou parceria onde os animais de outro produtor/fazendeiro irão pastar na Terras Caipora sob o nosso manejo. Assim, usarei estes animais para alimentar o solo e recuperar áreas degradadas e, além do mais, não precisarei investir em animais novos.

3. Na natureza as aves estão sempre seguindo os herbívoros. Haverá uma estrutura móvel para galinhas poedeiras que seguirá o trajeto dos ruminantes. Elas ajudarão a espalhar o esterco do gado no pasto, sintetizando o solo por se alimentar de larvas e outros insetos, aeração do solo e produção de \ovos para o consumo humano.

4. Quando a hora chegar, cultivos anuais e perenes serão integrados nesta mesma rotação pastoril com o objetivo de atingir um sistema circular de produção alimentar.

Esta estratégia garantirá uma receita já no primeiro mês e aos poucos Terras Caipora terá condições de obter os próprios animais para assim iniciarmos uma nova fase — A criação de uma carne sustentável, orgânica e 100% a pasto.

Por que Terras Caipora é necessário?

Porque precisamos de exemplos mais positivos e resilientes em um mundo que enfrenta tantas dificuldades sociais e ambientais.

Aquecimento global não é um mito. O clima está cada vez mais imprevisível e agricultores no mundo todo enfrentam duras consequências ao lutar para adaptar suas culturas agrícolas com o passar dos anos. Ao mesmo tempo precisamos alimentar bilhões de pessoas. A população está crescendo cada vez mais e quase metade de toda a comida produzida no planeta é desperdiçada. Grandes corporações persistem em acreditar que monoculturas e culturas transgênicas sejam a solução para alimentar o planeta. Ou elas estão simplesmente tentando manipular todo o sistema alimentar? — Controlar a comida para assim controlar o mundo? — Não cabe a mim te dizer a verdade. Precisaria de evidências, e dedicar uma vida de pesquisas para um dia um advogado muito bem remunerado fazer “justiça” com belas palavras. Essa é uma das razões por decidir me tornar um agricultor. Qual melhor modo de proteger nosso solo se não desta forma?

English version

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Who I am

I am Matheus, 28 years old, born in a country town called São Simão, Brazil. I am a former pastry chef that travelled the world to finally return home and take on the adventure of my life — to become a farmer.

I left Brazil to start my gastronomic adventures in the wide world at the age of 17. I learnt cooking and pastry techniques in high-end restaurants in Australia before living an unforgettable experience at Noma, Denmark. It was not until 2013, when I returned to Brazil to spend a few months at restaurant DOM beside Alex Atala, that I fell in love with my country, its culinary heritage and cultural identity.

The desire to not only transform the ingredients but to deeply study the social, cultural and environmental context that food is embedded took me once again to Europe — Italy, where I completed a bachelor’s degree in Gastronomic Sciences.

There I found a whole different world that would change my plans forever. It brought me closer to the soil and made me appreciate life in a simple way where food became the centre of everything. I realised then how important farmers and small scale producers are, and their importance in healing the soil of the earth. This is why, after graduation, I worked at Tenuta di Paganico, an organic beef farm in Tuscany. There I gained a better understanding of the complexity of farming and the relationship between animal and grass. It was my personal trial before returning to Brazil to look after the piece of land that I inherited from my grandfather.

Now I can respect and look after a piece of land. I can grow food and feed people. I can protect biodiversity depending on the choices I make when farming. I can contribute to trapping more carbon from the atmosphere. I can produce healthy food. I can involve and influence other farmers, producers, and families. I can have happy animals. We all could have good food — And only you can help me do that.

The Project Terras Caipora

The farm is located in the heart of the Brazilian Cerrado — the richest tropical savanna in the world. A biome that corresponds to 22% of our national territory and that unfortunately is being wiped out with unsustainable practices of agriculture. More than half of this territory shows signs of degradation and species are quickly disappearing. Springs are drying out. Plants are dying. Animals, in most places, no longer have a home or food to eat. We are rapidly desertifying our grasslands in exchange for capital. Today, lots of land have been deforested for animal production (mostly beef). Cattle overgrazed the land, compacted the soil, dried springs and eroded thousands of hectares. However, it’s not the animal to blame, but man’s poor management.

My goal is to recover a small part of this biome I can call home. The 346 hectares of “Terras Caipora” will eventually become an example for other farmers. I want to show that a different, more efficient and at the same time more sustainable way of managing animals can be achieved. I want to demonstrate that the implementation of a circular system of food production where plants, animals and humans coexist is possible. A system that preserves and amplifies biodiversity. That respects the rhythms of nature, builds organic matter, trap atmospheric carbon under our soils and feed people as well as the land.

How does this system look like?

The idea is to better manage the same tool that was used to cause so much disruption in the first place — The animal itself.

Ruminants such as Cows are capable of transforming sunlight into high quality protein. Simply by eating grass. I would like to create the optimal relationship between animals and grass by a process known as rational grazing.

With the use of electric fencing, I aim to divide the whole farm in many smaller paddocks where the cows will have access to fresh grass everyday and grass will have enough time to rest and grow before meeting the cows again. A system where the animal trims down perennial grasses for feed and give back very healthy and active manure to naturally fertilize the soil. The consequence of this method is improved soil fertility, more time and possibility for plants to develop deeper root structures and with that create a richer soil that can also retain more water.

Plants produce their own life energy through the process of photosynthesis. It works like that -- atmospheric carbon dioxide, sunlight and water are taken by the plant to synthesise simple sugars (glucose) and oxygen as a byproduct. A big part of this carbon can be trapped into plant root systems as well as under our soils thanks to the millions of microorganisms and complex mycorrhizal networks living underground that help this happen. Herbivores and grasses have coexisted for at least sixty-six million years. Perennial grasses once mown by the ruminant use the energy stored in root systems together with sunlight to grow again. Their metabolic cycle is a lot faster than that of trees, so carbon sequestration can be much more efficient, especially if integrated with native forests. Storing carbon has to be the new farming approach.

Everything starts with the first few steps…

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..but to successfully make them I need your support.

0. Logistics development together with Voisin instructor Jurandir Melado from Fazenda Ecológica Santa fé do Moquém.

1. a) Division of the farm in approximately 100 different paddocks with mobile electric fencing, solar panels and batteries.

b) development of ponds and water catchment storage tanks that will feed the farm through gravity to all arranged drinkers.

2. Set up a leasing service where, under my management, the animals of a different farmer will graze on my land. This way I handle somebody else’s animals to feed my soil and recover degraded areas, plus I won’t have to invest a lot of money getting new animals.

3. Further, I will produce eggs. I’ll create a mobile chicken structure that will follow the steps of the ruminants. They will help spread the manure, feed on larvae and other insects, loosening the soil, and produce healthy eggs for human consumption.

4. When time has come, annual and perennial crops will be integrated in the same grazing operation until I manage to succeed in my circular food system.

This process will also guarantee a small income right in the first months and slowly I will be able to buy my own animals and start the next farming stage — My own brand of sustainable grass fed beef and other organic products.

Why is Terras Caipora needed?

Because we need more positive and resilient examples in a world that faces environmental and social crisis!!!

Global Warming is not a myth. Farmers around the world are living these consequences as they are forced to adapt their crops since climate has become so unpredictable. At the same time we need to feed billions. Population is growing. Almost half of all food produced in the planet is wasted. Corporations still believe that monocultures and genetic modified crops can be the long term solution. Or are they just trying to manipulate the whole food system? — Control food so they control the world? — It is not up to me to give you the truth. I’d need evidence, and probably dedicate my whole life doing research so that a well paid lawyer could burn it all out with big words of “justice”. This is one of the reasons I have decided to become a farmer. What better way to protect our soil?

RECOMPENSAS/GIFTS
Imagens Ilustrativas

Camiseta Pano Social http://www.panosocial.com.br

Post Card - Il Cavallo. Drawing By German Artist @vronivonmanz

Post Card - La Gallina. Drawing By German Artist @vronivonmanz

Post Card - Porco Maiale. Drawing By German Artist @vronivonmanz

Post Card - O TaTu. Drawing By German Artist @vronivonmanz

Post Card - Il Tucano. Drawing By German Artist @vronivonmanz

Post Card - La Maremmana. Drawing By German Artist @vronivonmanz

Post Card - O Tamandua. Drawing By German Artist @vronivonmanz